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ARTIGOS, DESTAQUES DO DIA

100ª CRÔNICA DE ROGÉRIO GAVA PARA O INTEGRAÇÃO: “NÉVOA DE NADAS”

A expressão é conhecida: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade”. O grande slogan do Eclesiastes, um dos livros mais fascinantes da Bíblia. Verdade do Eclesiastes: tudo é corrida atrás do vento, nada tem sentido e, ao final, o aniquilamento prevalecerá. Sem dúvida, uma mensagem de pessimismo que faria inveja aos mais soturnos e rabugentos filósofos.

Confesso que a máxima do Eclesiastes sempre me pareceu descolada do texto. Não se trata bem de vaidade que se fala ali, mas sim da falta de sentido e do absurdo que é a nossa vida. Até que, alguns anos atrás, me caiu às mãos o maravilhoso livro do Haroldo de Campos, Qohelet – O que sabe. Uma magistral tradução do Eclesiastes diretamente do hebraico e, ali, encontrei a admirável expressão: “névoa de nadas, tudo névoa-nada”.

Havel havalim / hakkol hável é o leitmotiv do Eclesiastes no original hebraico. Na vulgata latina de São Jerônimo, o santo tradutor, ficou Vanitas vanitatum omnia vanitas, ou seja, “vaidade das vaidades, tudo é vaidade”. O sábio Jerônimo tinha a sua razão, se nos dermos conta de que na origem do vocábulo vanitas está vanus, o vazio, cuja raiz vem de vácuo, quer dizer nada. Em resumo: toda vaidade é vazia; a vida, fumaça ao vento. Um nada de nadas.

Acho impecável a imagem de uma névoa a representar a condição humana. Ela nos mostra o óbvio que tantas vezes negamos: tudo é vapor, vento, poeira, pó; sempre a se dissipar diante do buraco negro do absurdo, ralo do mistério que a tudo engole. O prezado leitor e a estimada leitora, aquele que aqui escreve, todos, enfim, seremos tragados pelo redemoinho inexorável do tempo, e nada restará do que fomos. Sem ti, correrá tudo sem ti, disse o poeta Fernando Pessoa. O mundo se vira muito bem sem nós.

O Qohelet – do hebraico “aquele que sabe, o pregador” para o grego “o que fala na assembleia” – eclesia, a igreja, dali chamá-lo de Eclesiastes – nos adverte para os perigos de nossas vãs certezas, e que, ao final, mais vale nos deleitarmos com os prazeres simples da vida: amar, comer, beber. É o que nos compete neste vale de lágrimas que se chama existência.

Escrito ao que se sabe no século III antes de Cristo, e não por Salomão como o texto quer fazer crer (especula-se que tenha sido urdido por vários autores), esse grande poema sapiencial tem uma atualidade esmagadora. Parece até, dizem alguns, um Nietzsche antes de Nietzsche, um precursor do filósofo do martelo, demolidor de dogmas e crenças. É de pensar até como foi parar no cânone bíblico, que em sua essência busca passar uma proposta de fé e esperança, tudo aquilo que o sábio Qohelet, esse misto de personagem-autor, contradiz. Não por acaso, o texto foi só tardiamente incorporado ao cânon hebraico e não sem muita discórdia, mostrando aí uma rejeição histórica a sua natureza de revelação divina.

Controvérsias à parte, o certo é que a mensagem do Eclesiastes é espelho da vida: ele reflete o ocaso dos bons e a prosperidade dos maus; a precariedade de tudo o que construímos; o perecimento igual para sábios e néscios; a frágil condição de nossa felicidade. O Eclesiastes escancara a realidade nua e crua da existência como ela é, uma jornada sem garantias e poucas vezes justa.  Onde encontrar a paz em um mundo assim tão terrível?

Em suas linhas derradeiras, o sábio do Eclesiastes quer nos fazer crer que essa paz só é possível em Deus. Observa que o temor a Ele é a única via de salvação em um universo isento de significado. Uma mudança drástica de pensamento, que alguns imputam à mão de algum redator tardio, preocupado com o tom demasiado niilista do texto. Outros preferem crer que Qohelet tenha realmente recuperado sua fé e nos legado uma mensagem de esperança em face ao desespero do mundo.

Qual a verdade, não sei. Mas o Eclesiastes continua iluminando meus dias, não me deixando esquecer um fato tão simples quanto luminoso: nesta vida incerta e dolorosa nos resta viver o presente, celebrando o bom que o acaso nos concede. Até que tudo retorne ao pó.

Crédito: Divulgação

21 de março de 2022/0 Comentários/por dbwebsitesbg
https://www.integracaodaserra.com.br/wp-content/uploads/2022/03/Rogerio-Gava.jpg 671 1080 dbwebsitesbg https://www.integracaodaserra.com.br/wp-content/uploads/2021/08/Integracao.png dbwebsitesbg2022-03-21 21:46:382022-03-21 21:46:38100ª CRÔNICA DE ROGÉRIO GAVA PARA O INTEGRAÇÃO: “NÉVOA DE NADAS”
ARTIGOS

O Grande Irmão

Saio de casa pela manhã. No caminho do trabalho passo no posto para abastecer. Pago com o cartão de crédito e vou embora. Paro na sinaleira e sou filmado por uma câmera de vigilância. Mais tarde, entro em um site de compras para conferir o preço de um livro. À noite, no sofá, dou uma espiada no Instagram.

Mais um dia comum em minha vida. Totalmente documentado. Meus passos podem ser reconstituídos por pessoas e organizações que sequer conheço. A tecnologia que me acompanha registra boa parte do meu cotidiano. Não tenho mais intimidade. Carrego comigo meu celular e deixo rastros; queira eu ou não.

Impossível não lembrar “1984”, o famoso romance que retrata uma sociedade completamente controlada pelo “Grande Irmão”. Nela, casas vigiadas pela “Teletela”, uma espécie de televisor de mão dupla, permite tanto ver como ser visto. Impraticável dar um passo sem deixar registro. Presentes nas praças, nos lugares públicos, instaladas em todos os lares (até nos recantos mais íntimos), as telas proféticas de Orwell monitoravam e gravavam a vida de toda a população. Uma invasão de privacidade análoga a do Big Brother Brasil, que tanto sucesso faz.

O certo é que ninguém escapa à vigilância. Guardadas as proporções da fantasia, a obra-prima de Orwell parece um recado profético nestes dias de exposição virtual e conectividade a toda prova. Se bits e bytes nos ajudam a viver e a trabalhar, ao mesmo tempo nos roubam privacidade. Onde estamos, por onde passamos, o que consumimos, que tempo gastamos nesta ou naquela atividade. Nossas pegadas estão documentadas. Hoje, impossível se esconder.

Vivemos a era da quebra de privacidade. O avanço tecnológico que nos cerca, também nos monitora. Cookies em nossos computadores denunciam por onde passeamos virtualmente. Apontam que sites visitamos, com quem conversamos, o que gostamos e compramos. Câmeras nos filmam: nas ruas, nos shopping centers, nas faculdades e escolas.

As “Teletelas” de Orwell não se transformaram em realidade (felizmente).  Mas o que pensar das câmeras embutidas em nossos tablets e smartphones? Das mensagens publicitárias e pop-ups que espocam em nossos computadores sem que consintamos? Da consagração das mídias sociais nos quatro cantos do mundo?  Você e eu acessamos o Google e pronto: já sabem o que pesquisamos na internet. Nossa opinião. E esses dados podem ser usados para nos seduzir com anúncios e propagandas, as mais diversas. Pior: nossos dados podem ser vendidos. São moeda de troca. E não ganhamos um centavo com isso.

Informações coletadas pelas empresas e pelo governo contam nossa vida. Computadores onipresentes narram a história de seus proprietários. O marketing direto se alimenta justamente de dados a respeito dos consumidores. As empresas sabem do que gostamos. A internet virou um grande bazar de informações; um mercado persa de dados, virtual e moderno. Sistemas de busca esquadrinham quem deles se serve. A privacidade parece tender para zero. A espionagem alarga seus tentáculos.

Ficou difícil manter segredos. Nossos dados financeiros estão em poder dos bancos e das lojas. Nosso perfil psicológico pode estar circulando pela grande rede. Mas, até onde vai o limite entre o público e o privado?

Boa pergunta, para a qual não tenho resposta. No entanto, um fato me parece certo: o Grande Irmão está entre nós.

Imagem: divulgação

25 de fevereiro de 2022/0 Comentários/por Kátia Bortolini
https://www.integracaodaserra.com.br/wp-content/uploads/2022/02/Coluna-Rogerio-Gava-Reproducao-Web.jpg 671 1080 Kátia Bortolini https://www.integracaodaserra.com.br/wp-content/uploads/2021/08/Integracao.png Kátia Bortolini2022-02-25 16:38:552022-02-25 16:38:55O Grande Irmão
ARTIGOS

CRÔNICA ROGÉRIO GAVA POR QUE PRECISAMOS TANTO DA APROVAÇÃO ALHEIA?

Não tenho dúvida: uma das causas de nossa infelicidade é a necessidade de aprovação alheia. Queremos que os outros nos achem bonitos, atraentes, inteligentes, bem-sucedidos, e por aí vai. Os psicólogos chamam isso de “validação externa”. Ou seja, eu, você – todo o mundo – precisamos nos sentir admirados e queridos. Aprovados no grande tribunal social. Como ensinou Freud, necessitamos, enfim, nos sentir amados.

Até aí tudo bem, pois, como diz o ditado, ninguém é uma ilha. Aliás, a psicologia justamente nos ensina que precisamos desse “olhar do outro” para nos reconhecer. É gozado, mas são as outras pessoas (família, amigos, colegas de trabalho, conhecidos) que nos ajudam a saber quem somos. Elas são como um espelho onde nos enxergamos. Enlouqueceríamos sem esse olhar que vem de fora.

Não acredita? Imagine então que pregassem a você a seguinte peça: todos combinassem, em determinado dia, ignorar a sua presença. Da manhã à noite ninguém lhe daria a mínima, como se você fosse invisível. Tenho certeza de que, depois de algumas horas (ou seriam minutos?), o leitor se sentiria o último dos seres humanos. E faria desesperadamente de tudo para descobrir o que estaria acontecendo.

Pois é, acontece que essa necessidade de que os outros nos aceitem, se por um lado é natural ao nosso ser, quando exagerada é causa de muito sofrimento. E em tempos de redes sociais esse imperativo tão humano foi às nuvens. Já parou para pensar o que tanto nos fascina nas redes? Não seria – prezado leitor e cara leitora – esse louco afã de não sermos anônimos, de sentirmos que nossas “façanhas” diárias são dignas de muitos “likes”? Que somos estupenda e inequivocamente felizes?

Há sempre um desejo de aprovação alheia na maior parte das coisas que fazemos, por certo, e isso é perfeitamente normal. Se troco de carro ou de casa, isso me faz feliz por ser uma conquista pessoal. Mas também, sejamos sinceros, ficamos satisfeitos com o olhar de admiração (e por que não dizer, de inveja) dos queridos vizinhos. No “Animal Planet” do homo sapiens, somos todos pavões a ostentar a plumagem.

O problema, contudo, começa a ficar grave quando pautamos nossa vida unicamente pelo olhar do outro. E sem notar passamos a guiar nossas ações e decisões tendo em vista o quanto isso irá impressionar as pessoas em nossa volta. Quando isso acontece, deixamos de ser os verdadeiros timoneiros de nossa existência. Deixamos que os outros (aqui incluso o mercado e seu astuto marketing, que tudo quer nos vender) guiem nossos desejos. E passamos a acreditar que, sim, só seremos admirados ao volante de tal marca de carro, se comprarmos o último tipo de smartphone ou vestirmos a roupa “da hora”.

Como acontece sempre com essas questões, o que nos salva aqui é nossa própria honestidade. Nos olharmos no espelho e enxergar alguém que realmente persegue seus próprios sonhos. Seus próprios objetivos. Uma pessoa que respeita seus próprios valores, não colocando a aprovação dos outros acima de suas próprias convicções. Quanto mais agimos dessa forma, mais livres nos tornamos. Mais cientes de quem somos. E do que realmente precisamos. Seremos, ao final, mais felizes. Porque respeitar quem somos, me parece claro, é um bloco básico na construção da felicidade.

Imagem: Divulgação

9 de fevereiro de 2022/0 Comentários/por Kátia Bortolini
https://www.integracaodaserra.com.br/wp-content/uploads/2022/02/Rogerio-Gava-aprovacao.jpg 670 1080 Kátia Bortolini https://www.integracaodaserra.com.br/wp-content/uploads/2021/08/Integracao.png Kátia Bortolini2022-02-09 16:12:182022-02-09 16:12:18CRÔNICA ROGÉRIO GAVA POR QUE PRECISAMOS TANTO DA APROVAÇÃO ALHEIA?
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DESTAQUES DO DIA

Sicredi Serrana inaugura sexta agência em Bento Gonçalves
Sicredi Serrana intensifica apoio a 76 vinícolas na Wine South America
Monte Belo do Sul sedia inauguração da sinalização da Rota dos Capitéis
Vinícolas familiares da região estarão na vitrine na Wine South America
Garibaldi sedia XIV Fórum Mundial de Cooperativas Vitivinícolas

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