Solenidade no dia 6 de maio, na Linha 80 da Leopoldina, conta com gastronomia e atrações culturais dos 10 municípios envolvidos na proposta
Com a religiosidade sendo uma das bases da formação de Monte Belo do Sul, o município sedia na terça-feira, dia 6 de maio, a inauguração da sinalização parcial de um dos projetos culturais de maior relevância surgidos na Serra nos últimos anos, a Rota dos Capitéis – Caminhos da Imigração e Fé. O ato ocorreu na Capela Santo Antônio, na Linha 80 da Leopoldina, às 10h, e deverá contar com a presença do embaixador da Itália no Brasil, Alessandro Cortese, entre outras autoridades.
O local do evento faz jus à valorização do patrimônio religioso legado pelos imigrantes proposto pela iniciativa, coordenada pelo Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), juntamente com a administração pública dos 10 municípios envolvidos na iniciativa – incluindo Monte Belo do Sul. Por ali, além da capela, há um capitel, exemplificando o que peregrinos e turistas encontrarão pelo caminho, além de paisagens deslumbrantes e contato com a cultura regional, legada pelos imigrantes italianos – a atividade integra as comemorações dos 150 anos da epopeia protagonizado por eles em terras gaúchas. “A fé é uma marca do nosso povo desde sempre. Honrar isso é não apenas preservar esse traço marcante da nossa cultura, mas também continuar isso às novas gerações de forma perene, ainda mais tendo como cenário a natureza encantadora de Monte Belo e um dos poucos capitéis de madeira, preservado, do roteiro”, diz o secretário da Cultura e Turismo, Alvaro Manzoni.
Para marcar a inauguração da sinalização do roteiro regional da Rota dos Capitéis, uma celebração demonstrará, por meio da enogastronomia e dos hábitos e costumes locais, a identidade dos 10 municípios envolvidos na iniciativa. Monte Belo, por exemplo, terá um ícone culinário, a polenta, e grupos culturais. Bento Gonçalves, por sua vez, demonstrará a confecção de produtos em dressa. Santa Tereza estará representada pela Orquestra de Acordeões, enquanto Pinto Bandeira mostra vocação para a fruticultura exibindo caquis e maçãs. Produtos como capeletti (Coronel Pilar), grostoli (Garibaldi), queijos (Carlos Barbosa), salame (Boa Vista do Sul) e bolacha de melado (Imigrante) e Farroupilha, compõem os atrativos para essa grande confraternização regional.
O projeto começou a ser gestado em 2020 e atravessou diversas etapas envolvendo reuniões com representantes dos municípios e parlamentares. Em julho passado, ocorreu o início da sinalização, tendo como “marco zero” a Igreja Santo Antônio, em Bento. Agora, será comemorada a conclusão dessa etapa, envolvendo a identificação de igrejas, capitéis, capelas e grutas localizadas no roteiro regional. Esse roteiro compreende 15 trechos que totalizam 330 quilômetros, para caminhantes, em 10 cidades. Ele começa em Bento e passa por áreas rurais e urbanas de cada um dos municípios, terminando novamente em Bento. Há outros 10 trechos, perfazendo 350 quilômetros, voltado para ciclistas. Todos foram desenvolvidos seguindo as normas ABNT/ISO/CONTRAN. A Rota dos Capitéis também é formada por 64 rotas circulares (cuja sinalização deverá ser concluída em dezembro deste ano), que começam e terminam no mesmo ponto, totalizando 2.367 quilômetros e cuja sinalização será realizada em outra fase. Ao todo, 468 templos religiosas fazem parte da Rota dos Capitéis, sendo 252 capitéis, 175 capelas, 23 grutas, 16 igrejas e duas ermidas. O roteiro contará com 16 estações de apoio localizadas entre os municípios, para hidratação, informações técnicas e bicicletário.
A ‘Rota dos Capitéis – Caminhos da Imigração e da Fé’ é capitaneada pelo CIC-BG, de forma conjunta com os dez municípios envolvidos, e tem o patrocínio de Banrisul, Rio Grande Seguros e Previdência, Sicredi e Deputado Estadual Guilherme Pasin, por meio de emenda parlamentar. O projeto também tem o apoio da Mitra Diocesana de Caxias do Sul, do Sebrae e do CISGA.
Legenda: Monte Belo do Sul sedia a inauguração da Rota dos Capitéis
Crédito: Fabiano Mazzotti
ntes. A atividade aconteceu seis vezes em diferentes dias – além de uma exclusivamente para autoridades, na abertura. Ao todo, aproximadamente 3.5 mil quilos da fruta foram esmagados pelos turistas, relembrando uma tradição trazida à Serra pelos primeiros imigrantes a fim de extrair o sumo para vinificação.
