Cooperativa vinícola apresentou nesta terça-feira (11) em Belém (PA) suas iniciativas para enfrentar os impactos das mudanças climáticas na Serra Gaúcha
A participação da Vinícola Aurora na COP30, em Belém (PA), na tarde da última terça-feira (11), reforçou o papel estratégico do cooperativismo como agente de transformação e sustentabilidade. A cooperativa foi uma das representantes do setor vitivinícola brasileiro na conferência, levando experiências concretas sobre adaptação climática e manejo sustentável na viticultura da Serra Gaúcha — região que, em 2024, enfrentou severos impactos decorrentes das mudanças climáticas, afetando centenas de produtores.
Com apoio da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) e do sistema Ocergs, a Aurora compartilhou na Green Zone o modelo de assistência técnica e difusão do conhecimento que, há uma década, vem transformando a produção de uvas em pequenas propriedades familiares. O programa recebe mais de R$ 2 milhões anuais em investimentos em pesquisa, capacitação e manejo sustentável, integrando ciência, agricultura familiar e conservação ambiental.
Durante a apresentação, o gerente agrícola da Aurora, Maurício Bonafé, destacou que o cooperativismo tem se mostrado uma via sólida para enfrentar os desafios climáticos.
“O que levamos à COP30 foi a demonstração prática de que o cooperativismo é uma força coletiva capaz de promover resiliência, sustentabilidade e inovação no campo. A Serra Gaúcha viveu, em 2024, os efeitos severos das mudanças climáticas, e iniciativas como a nossa mostram que é possível mitigar impactos, preservar o meio ambiente e garantir renda às famílias”, avaliou Bonafé.
O programa da Aurora, criado em 2015, tem como objetivos reduzir a erosão, conservar a umidade e a fertilidade do solo, ampliar a biodiversidade e evitar a contaminação de recursos hídricos, tornando a viticultura mais resiliente e sustentável. Por meio das Unidades de Difusão do Conhecimento (UDCs), as boas práticas agrícolas são levadas a mais de 1.100 cooperados, em propriedades com média de 2,8 hectares de vinhedos.
Em parceria com instituições como Emater/RS, Embrapa Uva e Vinho, Embrapa Trigo, Universidade Federal de Santa Maria, Universidade de Caxias do Sul, Instituto Federal do Rio Grande do Sul, Consevitis-RS e Santagro, o projeto tem proporcionado resultados expressivos. Em áreas onde o manejo sustentável foi adotado, houve redução significativa do uso de herbicidas, melhoria da estrutura do solo e aumento da resiliência das videiras a eventos climáticos extremos. Mesmo durante as chuvas recordes de maio de 2024, propriedades com cobertura vegetal apresentaram menor erosão e melhor retenção de água.
“A presença das cooperativas na COP30 reforçou o quanto o cooperativismo é essencial para a sustentabilidade dos seus ramos de atuação. No caso da Aurora, mostramos que unir ciência, cooperação e responsabilidade ambiental é o caminho para garantir o futuro da viticultura e das famílias que vivem dela”, acrescentou Bonafé.
Alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 12 e 13) e aos princípios do cooperativismo brasileiro, a Vinícola Aurora segue ampliando ações voltadas à sustentabilidade, à preservação dos recursos naturais e à permanência das famílias no campo — reforçando o protagonismo do cooperativismo gaúcho nas soluções para a crise climática.
Sobre a Vinícola Aurora
A Vinícola Aurora, fundada em 1931, é a maior cooperativa vinícola do Brasil, reunindo mais de 1,1 mil famílias associadas, que produzem uvas em pequenas propriedades. No total, são três mil hectares de área cultivada, de 56 variedades de uvas, em 11 municípios da Serra Gaúcha. Na safra 2025, a cooperativa recebeu 71,6 milhões de quilos de uva. Historicamente, a Aurora processa de 10% a 15% da safra de uvas do Rio Grande do Sul.
A cooperativa conta com três parques industriais em Bento Gonçalves (Matriz, Unidade 2 e Vinhedos) e uma unidade de produção de uvas em Pinto Bandeira. São 550 funcionários dedicados a fazer com que os mais de 220 produtos, divididos em 12 linhas, cheguem aos 26 estados brasileiros e ao mercado internacional.
Foto: Representantes de todos os continentes prestigiaram a apresentação das cooperativas na COP30
Crédito: OCB, divulgação
O diretor superintendente da Companhia Energética Rio das Antas – Ceran, Peter Eric Volf, no último dia 24 conduziu visitação à Usina Hidrelétrica (UHE) 14 de Julho, em Cotiporã, de um grupo formado por integrantes da Defesa Civil de municípios da bacia hidrográfica Taquari/Antas e da imprensa regional.
