A previsão para a próxima semana é de queda acentuada nas temperaturas

De acordo com o Boletim Integrado Agrometeorológico 23/2025, a previsão para os próximos dias (entre 05 e 08 de junho) indica a atuação de sistemas meteorológicos, resultando em chuvas fracas a moderadas, com possibilidade de tempestades isoladas no Rio Grande do Sul. A previsão é de tempo bom para a maior parte do Estado com temperaturas em queda.
A tendência para o período entre os dias 9 e 11 de junho indica domínio de atuação de uma massa de ar frio sobre o estado. Com isto, é prevista uma queda acentuada nas temperaturas e não há previsão de chuvas significativas. São esperados os menores registros de temperatura nas regiões da Serra Gaúcha, Campanha e Sul, com valores que podem ficar próximos a 0°C.
“O prognóstico para os próximos sete dias indica a ocorrência de chuvas significativas nas porções Noroeste, Norte, Nordeste e Central do Rio Grande do Sul. Nas regiões Norte, Nordeste, Noroeste e Central, os volumes esperados variam entre 10 mm e 100 mm, com alguns pontos isolados chegando a 150mm acumulados. Já a região Sudoeste apresenta acumulados entre 1 mm e 10 mm. A região Sul e Sudeste, não apresentam acumulados significativos de chuva”, informa a equipe técnica do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária DDPA – Diretor Caio Fábio Stoffel Efrom.
De acordo com o DDPA, os últimos sete dias, o Rio Grande do Sul registrou baixas temperaturas com chuvas de alto volume em sua totalidade. Dessa forma, houve registro de precipitação em todo o estado. Em pontos isolados do Litoral Norte e Metropolitana, os acumulados diários de chuva ultrapassaram os 100 milímetros. Em alguns municípios da Serra Gaúcha, houve registro de chuva congelada e neve

Prefeitos da Serra buscam soluções para estradas da região

Lenta conclusão da BR-470 e outras necessidades de infraestrutura impõem urgência em obras como da RS-437, entre Vila Flores e Antônio Prado

Mais de um ano após a enxurrada de maio de 2024 ter esfacelado parte da malha viária gaúcha, os efeitos desses estragos seguem prejudicando comunidades inteiras, como a microrregião de Veranópolis, na Serra, formada por quase 15 municípios. Prefeitos da região têm debatido formas de viabilizar melhorias logísticas para suprir a demorada recuperação da BR-470, principal artéria de ligação entre o norte e o sul da região, que continua bloqueada à noite e com sistema de pare e siga ao longo do dia, entre Veranópolis e Bento Gonçalves.

Além do tempo perdido, o uso de estradas de Vista Alegre do Prata, Fagundes Varela e Cotiporã para dar conta do movimento tem deixado tais vias sobrecarregadas – tanto em trafegabilidade quanto em sobrecarga, uma vez que não foram projetadas para suportar altas tonelagens. Assim, junto com o Conselho Regional de Desenvolvimento da Serra (Corede Serra), prefeitos têm se articulado para incluir obras viárias na agenda do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs) – criado em junho do ano passado para angariar recursos no enfrentamento das consequências dos eventos climáticos. Desde então, foram aportados ao fundo R$ 3,2 bilhões, de acordo com o governo.

Uma das principais pautas é ligar a região oeste-leste do nordeste gaúcho por meio da conclusão da RS-437, entre Vila Flores e Antônio Prado, bem como modernizar seus trajetos pavimentados – veja lista abaixo. Outra obra de extrema importância é a construção de uma nova ponte na BR-470. A emblemática ponte Ernesto Dornelles, marco da engenharia nacional entre Bento e Veranópolis, tem sido submetida a impactos não previstos na época de sua construção, e os recorrentes movimentos de solo causados por adversidades climáticas têm aumentado os riscos de instabilidade, comprometendo a segurança e eficiência do tráfego. “Essas iniciativas são fundamentais para impulsionar o desenvolvimento da região, promover a segurança viária e estruturar um sistema de transporte mais eficiente e sustentável”, observa o presidente do Corede Serra, Evaldo Kuiava. Segundo o prefeito de Fagundes Varela, Nelton Carlos Conte, além dos problemas na BR-470, obstruções nas pontes entre São Valentim do Sul e Santa Tereza e entre Cotiporã e Dois Lajeados provocaram um novo mapa de ligação entre diversos municípios. “Isso fez com que todo o trânsito para ligar a região de Antônio Prado, Caxias do Sul e Bento Gonçalves com a região de Guaporé e Serafina Corrêa fosse direcionado para as RS’s 355, que liga Vista Alegre do Prata a Veranópolis, e 359, entre Cotiporã e Veranópolis”, diz o prefeito.

As obras na RS-437 já foram anunciadas, porém, ainda não foram iniciadas. Para o prefeito, elas são necessárias não apenas para melhorar a logística da região, mas também para uma nova escalada de desenvolvimento. “Claro que queremos que a 470 se resolva, mas não podemos ficar refém dela, precisamos pensar numa questão de melhoria da própria estrutura regional, por isso queremos uma ação rápida do governo do Estado na melhoria dessas rodovias. Nesse momento, elas podem ser vistas como vias alternativas, mas no futuro serão rodovias permanentes, com fluxo regional”, analisa. As obras nessas vias ainda evitariam uma outra preocupação, o sucateamento delas. Conte reforça que, no atual ritmo, as estradas não suportariam o tráfego de hoje durante todo o tempo previsto para que a BR-470 esteja totalmente recuperada. “A expectativa é que os trabalhos durem dois ou três anos. As estradas não vão suportar a condição de tráfego de hoje por esse período. Então, daqui a pouco, vamos ter que interromper o tráfego por necessidade de manutenção, e os municípios não têm condições de manter as rodovias nas condições que elas precisam”, alerta o prefeito.

Uma boa rede viária para interconectar a região com municípios como Bento Gonçalves e Caxias do Sul é vital também porque estão nessas cidades a referência para alguns dos atendimentos de saúde mais importantes – cerca de 150 mil pessoas dos serviços de alta complexidade. Enquanto Bento é o endereço para a realização de tratamentos oncológicos, Caxias é o destino para as enfermidades cardiológicas e outras internações. As cidades ainda são procurados centros educacionais, principalmente de ensino superior. Segundo Conte, a atual situação da BR-470 tem forçado o deslocamento antecipado de universitários –assim como de quem necessita de atendimento de saúde. Se antes eles saíam de Fagundes Varela com destino a Bento Gonçalves às 18h para estudar, hoje o deslocamento começa uma hora antes.   

Judicialização da saúde afeta cofres de municípios

Além das condições das estradas, uma outra pauta tem reunido os prefeitos da região em busca de soluções. A longa espera para os atendimentos de média e alta complexidade de saúde, de responsabilidade dos governos federal e estadual, tem levado os pacientes a buscarem a Justiça para garantir a assistência. A judicialização, no entanto, tem trazido impacto aos cofres dos municípios, cuja atribuição se resume à atenção básica de saúde.

De acordo com o prefeito de Fagundes Varela, as decisões determinam, além da oferta da vaga, o bloqueio de 50% dos recursos dos municípios. “Os municípios, que não são responsáveis por essa área, acabam tendo que custear metade do atendimento, e a outra parte fica com o Estado”, diz. O prefeito ressalta que a judicialização tem abocanhado cerca de metade dos recursos destinado à saúde pelos municípios que, em média, destinam entre 20% e 22% do orçamento para a área. “Esse é um problema muito sério, porque aumenta o custo dos pequenos municípios. Precisamos que haja uma definição por parte do Judiciários sobre as responsabilidades de cada ente público, porque os municípios acabam tendo que atender a toda atenção básica e avançar na sua função com o custo, também, de tratamentos de média e alta complexidade”, comenta Conte.

Obras viárias necessárias

– Conclusão da RS-437 entre Vila Flores e Antônio Prado

– Construção da ponte entre São Valentim do Sul e Santa Tereza e modernização da RS-431, entre e São Valentim do Sul a Bento Gonçalves

– Conclusão da estrada entre Protásio Alves e Ipê

– Nova ponte sobre o Rio das Antas, entre Bento Gonçalves e Veranópolis

– Conclusão da BR-470 entre André da Rocha e a BR-285 em Lagoa Vermelha

– Conclusão da estrada entre Serafina Corrêa e União da Serra

enac-RS oferece mais de 4 mil vagas para cursos de aprendizagem no segundo semestre

Uma porta de entrada para o futuro dos jovens – e uma chance real para empresas fazerem a diferença. O Senac-RS acaba de lançar o edital com mais de 4 mil vagas gratuitas para os cursos do Programa de Aprendizagem Profissional, com início no segundo semestre de 2025. Empresas que desejam contratar aprendizes já podem acessar o documento no site da instituição e garantir sua participação. 

Voltado a jovens entre 14 e 24 anos incompletos, além de pessoas com deficiência sem limite de idade, o programa promove o ingresso de novas gerações no mundo do trabalho, aliando educação de qualidade a oportunidades concretas de desenvolvimento pessoal e profissional. 

As vagas estão distribuídas em 38 escolas do Senac-RS, com oferta presencial em mais de 45 municípios gaúchos, como Alegrete, Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Canoas, Pelotas, Santa Maria, Passo Fundo, entre outros. A iniciativa amplia o acesso à formação técnico-profissional em diferentes regiões do estado. 

Entre os cursos oferecidos estão: 

· Aprendizagem Profissional de Qualificação em Comércio de Bens, Serviços e Turismo 

· Aprendizagem Profissional de Qualificação em Operação e Manutenção em Equipamentos de Informática 

· Aprendizagem Profissional de Qualificação em Programação de Sistemas com Aplicações Financeiras 

· Aprendizagem Profissional de Qualificação em Serviços Administrativos 

· Aprendizagem Profissional de Qualificação em Serviços de Supermercados 

· Aprendizagem Profissional de Qualificação em Serviços de Vendas 

O Senac-RS atende, anualmente, mais de 20 mil aprendizes, consolidando-se como uma das principais instituições formadoras do estado. Somente no primeiro semestre de 2025, mais de 5 mil jovens iniciaram sua trajetória profissional por meio do programa. 

Como participar 

Empresas interessadas devem consultar o edital disponível no site do Senac-RS. A reserva de vagas é feita por meio de formulário enviado diretamente à escola ofertante. Contribuintes do Senac-RS contam com atendimento gratuito. Já organizações não contribuintes podem participar conforme disponibilidade e critérios estabelecidos no edital. 

A seleção, contratação e matrícula dos aprendizes são de responsabilidade da empresa contratante. 

Sobre o Programa 
 
O Programa de Aprendizagem do Senac-RS é reconhecido pelo seu impacto educacional e social. Além de desenvolver competências técnicas e práticas, a formação valoriza habilidades como responsabilidade, gestão do tempo e comunicação interpessoal — preparando os jovens para os desafios do ambiente profissional. 

Para mais informações, acesse o site do Senac-RS ou entre em contato com a escola Senac mais próxima. 

Livro conta trajetória da Fenavinho como marco cultural e de desenvolvimento de Bento Gonçalves

Obra assinada por Fabiano Mazzotti e Itacyr Giacomello será lançada no dia 16 de junho, durante programação da festa, no Parque de Eventos

 

Responsável por alçar Bento Gonçalves à condição da capital nacional do vinho e projetar o município aos olhos de todo o país, entre outras tantas contribuições, a Fenavinho ganha seu merecido registro documental pelas páginas de uma obra inédita. O livro “Fenavinho – Mais do que uma festa” recupera a memória desse evento que mudou os rumos do desenvolvimento local em um trabalho documental assinado por Fabiano Mazzotti e Itacyr Giacomello. “O conteúdo foca em aspectos de significado coletivo da Fenavinho e para a sociedade, um conjunto organizado de informações sobre os principais fatos que compõem a história da festa”, diz Mazzotti.

O lançamento está agendado para ocorrer dia 16 de junho, integrando a programação da 20ª edição da festa (que ocorre de 12 a 22 de junho, de forma conjunta a 33ª ExpoBento), às 17h, em um cenário rico em significado: o Parque de Eventos de Bento Gonçalves, surgido, justamente, para abrigar a primeira edição da Fenavinho, realizada em 1967.

A publicação, com 368 páginas e mais de 500 fotografias, está organizada em cinco blocos, que contam a história a partir de uma linha cronológica linear. No primeiro, estão reunidas as festas realizadas entre 1967 e 1985, com cinco edições icônicas e responsáveis por formar a memória afetiva de pelos menos duas gerações de bento-gonçalvenses com a Fenavinho.

Depois, segue o período entre 1990 e 1994, quando a festa ocorreu anualmente. A Fenavinho de 2000 compreende o terceiro bloco. Sua edição ocorreu após um hiato de seis anos. Outros cinco anos seriam necessários para a Fenavinho subsequente. O quarto bloco traz as festas de 2005 a 2011, bienais. O quinto condensa as edições realizadas entre 2019 a 2024, quando a Fenavinho foi retomada pelo Centro da Indústria, Comércio e Serviços e passou a ocorrer de forma conjunta com a ExpoBento – parceria que ocorre, neste ano, pela quinta vez consecutiva.

Pelas páginas do livro, o leitor é introduzido ao universo da uva e vinho, contextualizando os diversos movimentos que culminaram com a realização da marcante primeira edição da Fenavinho, e a subsequente trajetória de conquistas. “A festa trouxe o primeiro presidente da República ao município (Humberto de Alencar Castelo Branco) – cuja visita rendeu a construção da BR-470, entre São Vendelino e Bento Gonçalves anos depois –, inaugurou a era das feiras na cidade e deixou um parque expositivo para isso. O vinho encanado, marco central da Fenavinho, teve a ideia adaptada das recepções oferecidas pela conceituada vinícola Dreher. O vinho jorrando gratuitamente das torneiras, oferecido ao público nas cinco primeiras edições, promoveu interesse nacional, com a festa sendo destaque nos principais órgãos de imprensa”, relata Itacyr Giacomello.

 

Pesquisas, fotos inéditas e vídeo com imagens pouco conhecidas

Para contar as inúmeras histórias por trás de cada uma das 19 festas realizadas entre 1967 e 2024, o livro coleta informações com mais de 100 fontes, entre ex-presidentes, membros de diretorias e soberanas, além de servidores municipais, entre outros, consultados para a elaboração da obra. Foram cerca de dois anos e meio de pesquisa e redação. Outro destaque é o acervo fotográfico ali reunido: muitas das fotos presentes na obra nunca foram vistas antes em Bento Gonçalves. Entre essas, estão algumas da passagem do presidente Castelo Branco pela primeira Fenavinho, através do Arquivo Nacional, de Brasília. Outras imagens vêm do Museu de Comunicação Social José Hipólito da Costa, em Porto Alegre, assim como dos acervos do Museu do Imigrante e Arquivo Histórico de Bento Gonçalves, bem como dos jornais Correio do Povo, Zero Hora e Pioneiro, além da memorabília da festa de Giacomello, que inclui fotos, jornais, cartazes, revistas, entre outros.

O material iconográfico também conta com diversos vídeos. Quase 60 QRcodes espalhados pelo livro levarão os leitores a diversos momentos da feira por meio de vídeos e áudios. Um deles é a visita do presidente Ernesto Geisel, nascido em Bento Gonçalves, em 1975. A Fenavinho também foi visitada por um terceiro presidente, João Batista Figueiredo, em1980. No dia do lançamento do livro, também, será liberado no YouTube um vídeo de oito minutos com imagens da primeira festa, praticamente desconhecidas do grande público.

O livro “Fenavinho – Mais do que uma festa” tem financiamento pela Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal (Lei Rouanet) e tiragem de 2 mil exemplares. Os livros estarão disponíveis para venda já no dia do lançamento, cujos primeiros 200 exemplares terão preço popular de R$ 50,00. Depois desse limite atingido, será possível adquirir a obra por seu valor normal: R$ 130,00. A publicação poderá ser adquirida em livrarias de Bento Gonçalves (APP, Aquarela, Paparazzi e Dom Quixote) e, a partir do dia 17 de junho, pela internet, no endereço eletrônico www.loja.fabifoto.com.br

 

Expobento e Fenavinho são vitrine para a agricultura familiar

  • De 12 a 22 de junho, o Parque de Eventos de Bento Gonçalves será palco de um dos maiores eventos multissetoriais do país. A 33ª ExpoBento e 20ª Fenavinho prometem, juntas, 11 dias de atrações culturais, gastronômicas e, claro, oportunidades de negócios. Entre os empreendimentos participantes estarão 65 agroindústrias familiares da região, selecionadas pela Emater/RS-Ascar, Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), Fetag/RS e Sindicato dos Trabalhadores Rurais.

    Entre as delícias oferecidas pelas agroindústrias familiares estarão salames, queijos, sucos, geleias, vinhos, panificados, doce de leite e cachaça. A variedade de produtos disponíveis é um atrativo para os amantes da gastronomia e apreciadores da agricultura familiar. Conforme o extensionista da Emater/RS-Ascar Neiton Perufo, a Expobento e Fenavinho têm se mostrado uma excelente vitrine para esses estabelecimentos divulgarem seus produtos e uma oportunidade única de comercialização.

     

    Responsável pelo acompanhamento e orientação técnica das agroindústrias familiares do município, ele ressalta ainda a importância do suporte dado aos estabelecimentos. “Além de auxiliarmos no registro desses empreendimentos, estamos, junto com outras instituições, oferecendo suporte durante a comercialização em feiras. A Expobento e Fenavinho são eventos que reúnem um público diversificado e oferecem uma excelente oportunidade para nossos produtores expandirem seus negócios e promoverem seus produtos”.

Emater/RS-Ascar reforça compromisso com a proteção das nascentes no Dia Mundial do Meio Ambiente

Fundamental nas ações de Extensão Rural e Social desenvolvidas pela Emater/RS-Ascar, desde sua fundação, há 70 anos, a proteção das nascentes garante o abastecimento de água potável em áreas rurais, especialmente para famílias que não têm acesso à rede pública. Na semana em que é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente, no dia 5 de junho, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante a Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano, em 1972, a Instituição celebra a importância das nascentes como fontes de vida e trabalha para sua conservação e recuperação.

“A proteção de nascentes é vista como uma medida de segurança sanitária, pois contribui para a saúde pública dos agricultores”. A afirmação é de Gabriel Ludwig Katz, geógrafo e coordenador estadual de Gestão Ambiental da Emater/RS-Ascar, Instituição presente em todo o Estado, desempenhando papel estratégico na educação ambiental e no suporte técnico a práticas agrícolas que respeitam e preservam os recursos naturais.

Nas propriedades rurais, muitas famílias dependem diretamente das fontes naturais, como as nascentes e os olhos d’água, para que sejam atendidas suas necessidades básicas, bem como para dessedentação animal e para irrigar plantios.

Muitas vezes, as fontes de água estão situadas em Área de Preservação Permanente (APPs). “A nascente é protegida por lei, cuja APP é de 50 metros, mas para pequenos agricultores pode ser reduzida para 15 metros”, observa Katz, ao destacar que o Código Florestal, aprovado em 2012 (Lei nº 12.651), ao estabelecer as APPs e de Reserva Legal permite outras atividades de uso da terra. “Antes, normas rígidas impediam determinadas intervenções nas áreas de proteção. Com as mudanças promovidas pelo Código foi possível incorporar pequenas alterações que permitem a captação e a condução da água das nascentes, conciliando proteção ambiental com as necessidades humanas básicas”, avalia Katz.

ABASTECIMENTO

“Até pouco tempo atrás, muitas propriedades rurais não tinham sequer energia elétrica, obrigando as famílias a transportar a água em baldes e latas, para o consumo e higiene. Essa realidade reforça a importância histórica e atual da proteção das nascentes, que garante o abastecimento de comunidades rurais”, lembra o extensionista rural e engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar na região de Pelotas, Fernando Luiz Horn.

A Emater/RS-Ascar desenvolve um trabalho importante de orientação e conscientização das famílias rurais sobre técnicas adequadas para a proteção das nascentes. Em 2016, a Instituição propôs ao Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) um roteiro técnico para implantação do sistema de captação de água de nascentes e olhos d’água, que orienta boas práticas e garante o abastecimento seguro.

Entre as recomendações de como se realiza uma proteção de nascentes estão a limpeza cuidadosa da área, a instalação de sistemas de barramento com manilhas e canos que atuam como filtros naturais, além do cercamento do entorno, para evitar a contaminação por animais. Também podem ser construídas tampas para impedir a entrada de luz e contaminantes, prevenindo a proliferação de algas e musgos.

A proteção da nascente não tem o objetivo de reter toda a água, mas a quantidade necessária para o consumo familiar, permitindo que o restante do fluxo siga seu curso natural, beneficiando propriedades vizinhas e o ecossistema local. “A nascente não é só uma fonte. Ela é um sistema que abastece toda uma biodiversidade”, afirma Kartz.

Além da orientação técnica, a Emater/RS-Ascar realiza visitas e ações de conscientização durante a Semana do Meio Ambiente e a Semana da Água, comemorada em março, reforçando práticas sustentáveis de uso e conservação desse recurso fundamental para a produção agropecuária, destacando ainda a importância do saneamento básico no meio rural.

Ter acesso à água potável é essencial para a vida, em especial para crianças e idosos, mais vulneráveis a doenças provocadas por contaminação hídrica. É importante garantir a qualidade da água no meio rural para a segurança alimentar e a qualidade de vida. “Portanto, a proteção das nascentes não é apenas uma medida ambiental, mas uma ação vital para assegurar o direito básico ao acesso à água, preservar o meio ambiente e promover o desenvolvimento sustentável das comunidades rurais”, defende Horn.

No Dia Mundial do Meio Ambiente, a Emater/RS-Ascar reforça a importância da preservação da água como um compromisso essencial para com a vida, a saúde e o futuro das famílias rurais. “Proteger as nascentes é assegurar o abastecimento dos agricultores e suas criações, garantir a produção de alimentos, conservar o equilíbrio dos ecossistemas e permitir o uso sustentável dos recursos naturais, de forma a construir um ambiente mais justo, saudável e resiliente para todos”, avalia Horn.