Neste final de semana ocorre a 4ª edição do Bento Jazz & Wine Festival, evento reconhecido pelo Prêmio Profissionais da Música 2023 como melhor festival de música instrumental do Brasil. Neste ano, o Festival acontece nos dias 6 (sábado) e 7 (domingo) de dezembro, a partir das 16 horas, na Praça São Bento, reunindo música, arte e cultura. O evento é aberto ao público e gratuito.
Realizado na capital nacional do vinho, o evento busca também conectar essas duas culturas, a da música e a do vinho, de forma orgânica, com a presença de diversas vinícolas, oferecendo ao público o melhor do vinho gaúcho.
Paralelamente, serão promovidas duas master classes com os músicos Alex Zanotelli e Uiliam Michelon, e dois debates para analisar e discutir o mercado cultural e os mecanismos de fomento e os desafios e oportunidades no ensino da música na atualidade. Também foram ministradas, pelo professor Alison Seben, uma série de oficinas para crianças da rede municipal de ensino. Todas as ações podem ser acompanhadas pelas redes sociais do projeto @bentojazzwine.
O Festival, inserido na Programação Oficial do Natal Bento, tem patrocínio master de Gerdau e Super Grepar, Patrocínio Ouro de Autoviação Putinga e Só Escritório, por meio do financiamento Pró-Cultura RS – SEDAC e Governo do Estado do Rio Grande do Sul. A realização é de Experimentais CriaCultura e Gaita Produtora, com o apoio da Prefeitura de Bento Gonçalves, Secretaria da Cultura de Bento Gonçalves e Secretaria de Turismo de Bento Gonçalves.
Programação da 4ª edição do Bento Jazz & Wine Festival
Sábado, 6 de dezembro
- 16h: Rafael Teclas
- 17h: Atairū
- 18h: Adriana de Los Santos
- 19h: BRazznRAP
Domingo, 7 de dezembro
- 16h: O Som do Vento
- 17h: Mari Kerber Trio
- 18h: Felipe Coelho
- 19h: Luciano Leães
O pianista bentogonçalvense Rafael Teclas, acompanhado por Tiago Andreola (contrabaixo) e Alison Sebem (bateria), apresenta o repertório do disco Mosaico de Memórias, com composições autorais criadas em grande parte durante a pandemia.
As faixas exploram, em linguagem instrumental, o tempo e a existência humana — do nascimento à morte — em uma jornada sonora marcada por sensibilidade e reflexão. Formado em 2019, o trio iniciou com standards de jazz e, em 2024, entrou em estúdio para registrar suas primeiras obras originais.
Atairū
ATAIRŪ significa “companheiro de viagem” em tupi-guarani, nome que traduz o espírito do quarteto formado por André Mendonça (contrabaixo), Bruno Silva (trompete), Leonardo Bittencourt (piano) e Lucas Fê (bateria). Unidos pela busca de novas paisagens sonoras, o grupo vem se destacando na cena instrumental brasileira pelo equilíbrio entre improviso, lirismo e diálogo coletivo.
O Atairū já se apresentou em festivais, exposições, eventos fechados e casas de shows de Porto Alegre, sempre conquistando o público pela intensidade e sensibilidade de suas performances.
Adriana de Los Santos
Símbolo da resistência feminina na música tradicionalista, Adriana de Los Santos é uma das mais reconhecidas gaitas do Rio Grande do Sul. Com 33 anos de carreira, já se apresentou em diversos países, incluindo Alemanha, Suíça, Áustria e Argentina, levando a cultura gaúcha a palcos internacionais.
Primeira mulher a representar o estado em turnês pela Europa, Adriana também integra o projeto Fábrica de Gaiteiros e foi premiada pela Assembleia Legislativa do RS como Melhor Instrumentista. Em 2025, segue com a Tour 33 Anos de Gaita, reafirmando sua trajetória inspiradora e o poder feminino na música do Sul.
BRazz’nRAP
Nascido da convicção de que Jazz, música brasileira e HipHop têm uma conexão atual, moderna e necessária, o BRazz’nRAP une linguagens e culturas em uma fusão vibrante, criativa e cheia de identidade.
Com apenas três meses de ensaios, o grupo já havia composto nove músicas e se prepara para lançar, em 2026, seu primeiro álbum autoral — uma mistura de ritmos e expressões que transitam entre o samba, o terreiro, o jazz e a música latino-americana.
Formado por dois rappers (um homem e uma mulher) e dois músicos experientes da cena instrumental, o quarteto cria uma sonoridade autêntica, orgânica e dançante, marcada por intervenções eletrônicas, improviso e brasilidade.
Som do Vento
Com mais de uma década de trajetória, o grupo instrumental Som do Vento, de Canela (RS), é um dos principais expoentes da música gaúcha de vanguarda. Suas composições unem o acordeom à liberdade do jazz, à poesia da milonga e à força da música latina, criando uma sonoridade que é, ao mesmo tempo, regional e universal.
Premiado com o 1º lugar no Festival de Música Instrumental de Montenegro pela composição Choro de Milonga, o quinteto vem se destacando ao lado de nomes como Renato Borghetti e Shana Müller, reafirmando o espírito do Movimento Sul Universal — uma música que transcende fronteiras e conecta o campo às grandes cidades.
Mariane Kerber
Pianista, compositora e cantora, Mariane Kerber representa uma nova geração de mulheres instrumentistas e improvisadoras que vêm conquistando espaço na cena musical brasileira. Graduada em Música Popular pela UFRGS, com láurea acadêmica, Mariane combina blues, jazz e música brasileira em performances marcadas por técnica e sensibilidade.
Com uma trajetória que inclui apresentações ao lado da Orquestra Unisinos Anchieta, participação no Mississippi Delta Blues Festival e turnês pela Europa e Oriente Médio, Mariane também acumula prêmios, gravações e colaborações com grandes nomes da música. Entre seus trabalhos, destacam-se os álbuns So Many Stories to Tell e Em Movimento, este último com participações especiais como Rafael Lopes, Ariane Wink e a Orquestra Unisinos.
Felipe Coelho Trio
Reconhecido como “a cara do novo violão brasileiro” (Revista Violão Mais), Felipe Coelho é um dos principais violonistas da nova geração, com oito álbuns autorais e turnês internacionais por cidades como Nova Iorque, Chicago, Buenos Aires e Shanghai. Mestre em Jazz pela Georgia State University (EUA), o músico transita entre o choro, o jazz, o flamenco e a música de câmara, criando um estilo único que lhe rendeu o Prêmio Funarte de Música e o título de Melhor Instrumentista Catarinense (Música SC 2014).
Luciano Leães
Primeiro pianista brasileiro a se apresentar no New Orleans Jazz Museum, Luciano Leães é um dos grandes nomes do piano contemporâneo, com quase 30 anos de trajetória e uma carreira internacional consolidada entre o Brasil, a Europa e os Estados Unidos.
Inspirado pelas raízes do R&B e do piano de New Orleans, Leães desenvolve uma linguagem própria, marcada por ritmos latino-americanos, groove e emoção, que o consagraram como um dos principais representantes do gênero na América Latina.
O artista já dividiu o palco com lendas como Carey Bell, Hubert Sumlin e Jon Cleary, e prepara um novo álbum gravado entre o Brasil e os EUA com grandes músicos locais, sob produção do vencedor do Grammy, Jake Eckert.
Foto: Luciano Leães
Crédito: Adam Kennedy